A concorrência é ótima, sempre é, estimula, nos faz querer ser melhor, nos faz surpreender e superar as expectativas.
Pois bem, tudo isso é lindo desde que a concorrência seja leal, justa e com paridade de armas. E é justamente o que não vemos entre a concorrência do Airbnb e o setor Hoteleiro, sendo, este o grande prejudicado num primeiro momento e o país, por certo, num segundo.
Digo isso porque enquanto vemos as principais cidades turísticas do mundo preocupadas em proteger a indústria hoteleira, adotando políticas restritivas e de tributação, o nosso país continua dormindo.
Parece que a argumentação usada pelo Airbnb de que não são do setor hoteleiro (fugindo da tributação) e que também não fazem atividade de corretagem (para fugir também das contribuições e multas dos CRECIs) estão sendo aceitas sem maiores problemas.
A velha discussão se é hospedagem ou se é contrato de locação por temporada só vai acabar com mudanças na legislação, com vontade política e bom senso.
Se para alguns o Airbnb é comparado a maior inovação de todos os tempos e causador da manutenção de fluxo turístico nas cidades, eu vejo como sendo o causador de fechamentos de hotéis, de supressão de postos de trabalho, de problemas de segurança em condomínios, de aumento no valor dos aluguéis e do respectivo deslocamento dos reais moradores para longe dos grandes centros.
Sem medo de arriscar e com um olhar apenas realista, sem a união de esforços entre associações, sindicatos e empresários do setor, bem como das prefeituras e o legislativo e executivo federais, voltados para o propósito de proteger o setor turístico e hoteleiro brasileiro, veremos, em breve, a derrocada de um setor inteiro da economia.
